Aqui vou tentar explicar algo que venho percebendo conforme o tempo, porque é de extrema importância acostumarmos a entender e não simplesmente a aceitar.
Existem três principais determinantes que influenciam em quem somos, nossa sorte, nosso caminho no AIÊ(Àiyé, mundo, terra).
Primeiro devemos citar o Ori. Ori é a nossa cabeça, podemos dizer de certa forma que é o receptáculo de nosso espírito. No candomblé existe rituais para enaltecer o Ori, o principal é chamado de Bori, sempre determinado no jogo de búzios. Eu particularmente acredito ser muito importante ritualísticas com o Ori. São nessas ritualísticas que trazemos o equilíbrio e harmonia para a “cabeça”.
Deus da cabeça, pelo fotógrafo Baiano Mario Cravo Neto
Depois podemos falar sobre o Orixá responsável pela cabeça. Esse Orixá é quem mais nos defende diante de inúmeras situações, é quem nos governa, o mentor que nos conduz.
Existem vários Orixás, com características que os diferem. Diante de tal fato, somos muito influenciáveis pelas características de quem é denominado nosso “Pai de cabeça”. Isso faz com que nossa personalidade seja muito similar à personalidade do Orixá, não idêntica mas similar, por influencia.
Agora ao que falta devemos citar o “Caminho”. Tudo veio de Olodumare e esse também é responsável pelo surgimento dos Odus. Odus não são Orixás, são signos ou“caminhos”, pobremente falando. Cada qual possui também suas características. Com todos os Odus surge o Oráculo, palavra que certamente é mais compreensível para os leigos. Esse Oráculo é chamado de Ifá. Ainda há um Orixá capaz de conduzir e consultar Ifá sendo assim responsável pelas determinações do Oráculo, cujo nome é Orunmilá(veja o tópico Divisões da Religião). Só podemos ter acesso à Ifá através de Orunmilá.
Nossos caminhos são influenciados pelo nosso Odu, conduzindo assim a nossa vida. Um exemplo sobre a influencia do Odu, podemos citar pessoas que tem muita sorte em jogo. É incrível como essas pessoas conseguem ganhar dinheiro através de sistemas que deixam a grande maioria de nós perdidos em lástimas. Certamente todos conhecem alguém que está sempre sendo sorteado em algum evento. Isso é característica do Odu que rege o caminho de tal pessoa(algumas coisas podem ser atribuídas ao auxilio de entidades). Algo que muitas vezes independe de suas atitudes. Outro exemplo é o fato de determinados acontecimentos estar sempre presente na vida algumas pessoas e outras passarem a vida inteira sem que tal acontecimento ocorra, inclusive filhos de mesmo Orixá.
Com essa explicação posso chegar a dar minha sincera opinião sobre quem somos. Acredito que somos regidos pelo Orixá e pelo Odu, porém aquilo que realmente somos está no Ori. Assim que deixarmos esse mundo ao encontrar Ikú(morte), o Orixá não precisará mais nos defender no Aiê e o nosso caminho aqui chegará ao fim, então o que nos restará será nosso espírito, que se encontra no Ori. Muitos podem discordar com minha opinião, porém se observarmos as chamadas qualidades de santo, vamos identificar que não é a característica do Orixá e sim características misturadas do Orixá com o Ori. Pois é no Ori que o Orixá nos governa. Melhor eu parar por aqui, antes que muitos adeptos coloquem fogo no Blog.
Mas eu acredito que devemos evoluir nossa Religião, Sabedoria e Percepção. O respeito aos costumes não nos impede de engrandecer nossos espíritos e nossa religião. Como já disse antes, pensar por si mesmo é o caminho para a evolução.
No espiritismo não existe receita! Deixemos as receitas para bolos e pães. Existem diversas formas de realizar um mesmo trabalho, mas a pior delas é aquela que utilizamos muitos componentes sem nem imaginar qual o fundamento de cada um deles.
Pensem nisso.
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