quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Erro na Visão e Conduta dos Adeptos

Venho observando já há algum tempo um erro na conduta e forma de ver a religião principalmente umbandista. Não digo erro porque sou o dono da verdade mas vão entender ao que me refiro.

Citei a Umbanda anteriormente porque acredito ser a religião que mais sofre com o assunto que vou me referir.

Dentro do ambiente religioso observei uma grande quantidade de adeptos que vêem a religião umbandista como uma troca de favores. Acredito que a Umbanda é maior vítima dessa conduta devido à menor exigência com seus adeptos em realizar obrigações, não digo na questão religiosa somente mas principalmente na responsabilidade de cada um dentro do culto. Claro que também vai depender de terreiro para terreiro.




Essa “troca de favores”que citei, me refiro à conduta de alguns adeptos dentro dos terreiros em freqüentar o ambiente religioso somente com o intuito de realizar consultas com guias sempre pedindo pela interseção em relação a quase tudo em sua vida. O que acontece é maios ou menos o que descrevo abaixo:

Uma pessoa passa por dificuldades em sua vida, acaba por participar de uma “gira”, algumas vezes levado por alguém. Assim, consultando com algum guia, expondo seus problemas e pedindo ajuda espiritual. Logo depois consegue a ajuda que pedira, então sente que é uma grande oportunidade para continuar bem e não voltar a ter os problemas que outrora a levou para o terreiro. A solução é participar da religião como um adepto, médium daquela casa, claro incentivada pela missão espiritual que têm e que foi avisada pelas entidades.

Então na grande euforia de participar de algo novo em sua vida, participa de todas as gira sem faltar. O problema é que a única coisa que lhe interessa é participar da gira e falar com aqueles guias evoluídos que passou a ter um contato mais íntimo. Então aquele apelo por ajuda espiritual que outrora fizera para tirá-la da dificuldade que estava passando, passou a ser constante. Constante não o problema mas o apelo, pedindo e pedindo quase em todas as giras por algo que acha que necessita. Essa pessoa não se interessa pelo aprendizado, ou pelo culto, ou qualquer coisa que a fará evoluir dentro da religião. E a incorporação que é somente 20% do culto se torna 100% dentro das casas.

O próprio adepto já não faz mas nada por ele, pela vida dele, somente pede e pede para as entidades e as enchem de presentes.




Nesse momento nem as entidades tem qualquer gosto nessas ajudas pois aquele que não luta por seus objetivos não merece obter-los. O adepto deve entender que precisa realizar diversas funções, obrigações e rituais para aprender muito sobre a vida e se cercar de boas essências a fim de ter uma boa vida no Aiyê(terra).

O adepto que não entende isso fatalmente chegará a uma grande decepção com a religião por passar por dificuldades sem que receba a devida orientação, e não vai enxergar que o problema não foi a religião e sim os seus próprios atos e condutas.

O terreiro de umbanda deve ser uma comunidade ainda que pequena mas onde o maior fundamento é a união dos filhos como se fosse uma grande família. Sempre lembrando que em toda a família existe desavenças porém, mesmo assim, todos sentam na mesma mesa para se alimentar e rezar juntos, deixando essa desavença para outra hora.



Um grande Axé para todos!!!!!