Esse Itan é muito interessante, e compartilharei com vocês hoje. Depois, claro farei uma pequena análise como de costume.
Certo dia, Olorum encheu uma cabaça com carne de carneiro e embrulhou num belo pano de seda. Em uma segunda cabaça, Olorum colocou ouro, prata e pedras preciosas embrulhando em panos comuns e de aparência desgastada.
Logo depois, o grande criador de todas as coisas, chamou seus filhos Olhos e Cabeça, para que cada um escolhesse uma cabaça para si.
Olhos, se deparando com a beleza e ostentação do pano de seda, foi correndo escolher a primeira cabaça, deixando a segunda para seu irmão.
Desembrulhando a cabaça, Olhos se deparou com a apetitosa carne de carneiro. Logo chamou alguns amigos e se deliciou com a guloseima.
Ao desembrulhar a cabaça que restou, Cabeça perguntou decepcionado: “O que vou fazer com essas coisas que não posso comer? Mas como foi meu amado Pai que me concedeu, guardarei com extremo carinho!
Passando alguns dias, Cabeça foi apreciar o que o Pai tinha concedido a ele, nessa hora foi que percebeu o quanto era valioso o presente que recebera. Concluindo o quanto a sua cabaça era mais valiosa do que a do seu irmão Olhos.
Logo, Olorum chamou seus filhos à sua presença novamente e lhes perguntou o que encontraram em suas cabaças.
Olhos foi logo respondendo que encontrara um bom pedaço de uma carne muito saborosa, que consumiu em segundos.
Então Cabeça tomou a palavra e disse que encontrara tudo o que representava a riqueza no mundo e agradeceu profundamente a Olorum.
Assim Olorum sentenciou: “Olhos, a tua visão te atrapalha! Tu enxergas sem ver! És enganado pelo seu próprio dom. Cabeça, tu consegues escolher o melhor mesmo o que aparenta não ser. Tendo assim a capacidade de ver aquilo que Olhos não consegue. Portanto, a partir de hoje, Cabeça tomará todas as decisões, pois não se engana com as aparências.”
A análise desse Itan é muito simples, sendo muito fácil notar que se trata da importância que o raciocínio, o equilíbrio e o discernimento possui sobre a impulsividade, o desejo e a ostentação.
O Itan fala de equilíbrio, para que em nossos caminhos não escolhermos aquilo que queremos por impulsividade ou por ostentação e sim analisarmos muito bem a situação e escolhermos o que é melhor para nós. Também cita que aquilo escolhido por impulsividade tem um aproveitamento extremamente passageiro, se extinguindo muito rápido. Já a escolha pelo discernimento traz um aproveitamento duradouro.
E muito fácil de notar que fala sobre o domínio da cabeça, porque é a cabeça que decide e não os olhos. Ori(cabeça) é o que temos de mais importante.